Todo mundo sabe pedir e beber Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Carmenère. Gravamos os nomes dessas uvas, somos aconselhados a bebê-las e encontramos centenas de rótulos destacando-as. As uvas mais conhecidas, em suma, são um cantinho macio e aconchegante, quentinho, agradável e um lugar onde acabamos permanecendo por incontáveis horas.
Mas pra que abandonar esse lugarzinho tão gostoso, afinal de contas?
Em primeiro lugar, que fique bem claro, você não precisa fazer isso. A vida já é cheia de imposições e o vinho não precisa ser mais uma. Mas nós que trabalhamos com vinho e vemos as pessoas nesse cantinho confortável, sabemos que há outros lugares desafiadores e inesperados que também merecem ser explorados. O que queremos não é te tirar à força das uvas clássicas, mas mostrar que existem muitas outras delícias fora da zona de conforto.
Entendida essa parte, vamos à exploração!
Conhecer novas regiões é sinônimo de conhecer novas uvas, sabores, aromas e formas de perceber os vinhos. Existem ali as castas típicas locais ou então as uvas permitidas na região, a forma particular de se fazer o vinho, o uso de incrementos como barricas e tudo o mais que torna aquele vinho único.
Portugal é um excelente país para praticar a exploração. Farto de uvas autóctones com nomes curiosos, de quebra ainda oferece excelente custo/benefício em muitos rótulos.
Uvas incomuns como a tânica e super complexa Aglianico, casta típica da Basilicata, podem surpreender e atiçar o paladar. A região da Umbria e seus Sagrantinos, garantir um ótimo par para comida, assim como a Sangiovese, uva do famoso Brunello di Montalcino mas também de outros vinhos toscanos.
Há também a Nebbiolo, raramente explorada além dos Barolos, uvas exóticas como a Teroldego Rotaliano, potentes como a Primitivo e as infinitas castas brancas como Encruzado, Fiano, além dos brancos generosos da Ilha Da Madeira.
Sair da zona de conforto, por fim, pode ser uma experiência deliciosa.