Não se desespere se ao servir um vinho perceber que ele tem borras. As borras não fazem mal a saúde, não alteram o paladar e cuidado… as borras não são defeitos!
Existem diferentes tipos de borras. As formadas na fermentação do mosto, que são nada mais que as leveduras mortas e resíduos das uvas, como sementes, hastes e cascas. A maioria das vinícolas opta por fazer a filtragem dos vinhos para evitar essas borras. Outras preferem não fazer, pois consideram que uma parte da essência do vinho se perde ali.
As borras também aparecem em garrafas de vinhos de guarda e são fruto da precipitação de antocianinas (elemento que dá cor ao vinho) e taninos com o passar dos anos. É por conta dessa precipitação que os vinhos tintos perdem a cor e amaciam com os anos.
Outro tipo de borra comum é o cristal de tartarato ou bitartarato de potássio. Este se forma em vinhos que não tenham passado pelo processo de estabilização a frio e em algum momento possam ter sofrido alteração de temperatura. Eles são pequeninos cristais roxos e como são mais pesados ficam no fundo da garrafa ou da taça e muitas vezes formam um belíssimo cristal na rolha. Eles não chegam a se misturar com o vinho como acontece com as borras do envelhecimento que são finas e leves e acabam influenciando também o aspecto visual.
O lado negativo é que borras ou sedimentos podem dar uma sensação desagradável na boca. Para evitar que elas ‘atrapalhem’ nosso vinho é que usamos o decanter.
Não se preocupe caso seu vinho tenha borras. Deixe a garrafa em pé por algumas horas (se for possível) e verta para um decanter bem lentamente para não deixar o vinho ‘agitar’ os sedimentos que estão no fundo. Pare o processo assim que as borras chegarem próximo ao gargalo.