Uma degustação horizontal de Brunellos didática e inesquecível

Tivemos o prazer de fazer mais uma degustação de Brunellos di Montalcino no Espaço Márcio Oliveira, em Belo Horizonte, dia 06 de junho.

 

Todas as degustações são especiais, mas essa além de muito especial foi extremamente didática. Isso porque degustamos horizontalmente a safra 2004 (safra com 97 pontos) dos produtores La Rasina, Mocali e Valdicava. Especial também porque não é todo o dia que se emparelha 6 rótulos de uma mesma safra! Didática porque além de ser uma degustação horizontal foi também uma comparação entre duas linhas de cada produtor.

 

Os rótulos da La Rasina foram o La Rasina clássico e o La Rasina Il Divasco, vinho produzido a partir de um único vinhedo. Há enorme diferença entre eles com o clássico mostrando-se deliciosamente pronto com seus 15 anos. O Il Divasco embora tenha a mesma idade se mostrou um bebê com ainda um longo potencial de guarda. A Wine Spectator recomendou beber até 2029 e nós concordamos.

 

Ele pode (e deve!) ser bebido agora, mas não se espante com a braveza que o jovenzinho demostra. O Il Divasco é o tipo de vinho perfeito para ter na adega e abrir uma garrafa por ano (e arejar no decanter por pelo menos uma hora) para acompanhar o desenvolvimento até chegar no ponto.

 

E ele não foi o único a mostrar a juventude. Todos os demais rótulos, Mocali e Mocali Vigna Delle Raunate e os Valdicava e Valdicava Riserva Madonna del Piano (com um ano a mais de barrica que linha clássica) também são jovens com uma ainda longa capacidade de envelhecimento.

 

As diferenças entre os rótulos do mesmo produtor também são palpáveis. O Mocali Vigna Delle Raunate mostrou maciez ainda maior que aquela característica do produtor em todas as suas linhas. Também ficou perceptível as diferenças de nariz e boca entre o clássico e o vinhedo único, que é fermentado em grandes barricas e permanece nelas por um ano e mais dois anos em barricas tracionais de 225 litros.

 

O vinhedo Raunate mostrou-se ao longo de muitos anos gerar vinhos ainda melhores e acabou ganhando um rótulo só para si. Se alguém ainda duvida da influência do terroir, ainda que separado por metros de terreno, aconselhamos que beba esses dois rótulos ao mesmo tempo.

 

Entre os Valdicava clássico e Riserva há também uma diferença clara tendo o Riserva um potencial de envelhecimento ainda maior que o já enorme potencial do clássico. Não há apenas a diferença de tempo de barrica, que certamente ajuda a amaciar o vinho, mas também de aromas, sabores e estrutura.

 

O conselho de Parker é beber o clássico até 2024 e o Riserva até 2029. Pudemos confirmar que ele está certo e talvez até mesmo estender o limite. Com o tempo poderemos dizer.

 

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