Baco

Liber, Liberato, Bacchus ou Baco é como atende Dionísio, deus do vinho, dos excessos, especialmente os sexuais, da ebriedade e da natureza.
De Baco deriva a palavra bacanal que foi muito retratada por pintores famosos ao longo dos séculos….

Curioso para saber como é que esse bebê fofinho virou um dos deuses mais amados e lembrados em tantas culturas? Dionísio ou Baco, segundo a lenda, é filho de Sêmele, uma mortal, com o deus Júpiter (ou Zeus, para os romanos). Quando Sêmele estava grávida, foi instigada por Hera (a deusa protetora do casamento) a pedir para Zeus se mostrar a ela como deus. Mas quando Zeus realizou seu desejo, ela foi queimada viva pelo seu esplendor. Então Zeus, com pena da criança, tirou o bebê de sua barriga e terminou a gestação em sua própria coxa.

Mas Hera não parou por aí. Temendo um novo ataque, Zeus deu seu filho para que Hermes o levasse e fosse criado por sua tia, mas Hera enlouqueceu o casal que o acolheu.
Temendo novamente pela vida do filho, Zeus transformou Dionísio em um bode e mandou que Hermes o levasse mais uma vez. Assim ele foi deixado no monte Nisa, onde foi confiado aos cuidados das ninfas Nisíades e aos sátiros que lá habitavam numa gruta profunda.

Na gruta entrelaçavam-se cachos de uva maduras, e num belo dia, Dionísio espremeu as uvas e bebeu o seu suco. Foi assim que o vinho nasceu!
Claro que todos beberam demais, cantaram demais, dançaram demais e você sabe mais o que…

Hera mais uma vez ficou furiosa e enlouqueceu Baco, que saiu pelo mundo até chegar à Frígia, onde foi curado por Cibele e introduzido ao seu culto “orgiástico”. Baco não apenas foi enlouquecido como também enlouqueceu as mulheres do reino de Penteu, opositor do seu culto, que com ajuda das bacantes, despedaçaram o rei, julgando que fosse uma fera. Depois de difundir o culto dionisíaco em toda a terra, ele finalmente subiu ao Olimpo, não sem antes resgatar sua mãe no mundo dos mortos.

Já como deus do Olimpo, Dioniso raptou Ariadne em Naxos e tomou parte na luta contra os Gigantes ao lado de Zeus e outros imortais, tendo inclusive matado a Êurito com um golpe de tirso.
Em Baco, podemos ver representados diversos comportamentos humanos: a loucura causada pelos excessos e a luxúria, que fez a Igreja criar uma imagem de demônio muito semelhante a Dionísio, mas também os prazeres do álcool, da liberdade e do apego à natureza e ao natural.

O mito de Baco mostra nosso caráter dual e como o mesmo veículo pode trazer prazer ou dor, mostrar nosso melhor ou pior lado, nos libertar ou prender.